Aconteceu no aeroporto de Lisboa, no balcão da TAP, no dia 12 de Outubro de 2011.
Uma senhora de 50 e muitos anos, vai ao balcão da TAP e pede uma informação. Após ouvir atentamente a senhora, a funcionária dirige-se a uma colega e relata o que ouviu. Enquanto refaz a pergunta, mostra à sua colega o passaporte da senhora. A colega então diz:
" - É brasileira? Ihhhh você vai ter que fazer um desenho!"
A seguir, a funcionária volta e explica à senhora o que ela tem que fazer:
" - A senhora desce as escadas, passa pela alfândega, vira à direita.........."
E ela responde:
"- Ah, não sei se consigo chegar lá."
A funcionária da TAP replica:
"- Então a Sra. desce as escadas e quando chegar lá em baixo, pergunta novamente."
Aquela senhora seguiu o seu caminho e não sei se embarcou.
Alguém consegue me explicar, o porquê desta frase? (" - É brasileira? Ihhhh você vai ter que fazer um desenho!")
Quem viu a cena, contou-me que parecia ser uma pessoa que não estava habituada a viajar, que parecia estar confusa e que estava a caminho da Suíça.
Já viram a confusão naquela cabeça? Estava em um país que não era o seu, ia viajar para outro país onde nem sequer falavam a mesma língua que ela. Mas pensou que se calhar, como estava em Portugal e aqui falam Português (como ela), seria orientada com mais clareza e de uma forma mais amistosa. Que desilusão!
Não estou dizendo com isso, que a funcionária tinha que sair do balcão para levar aquela senhora onde quer que fosse, mas sim, que ela demonstrasse o porquê da sua contratação. O trabalho dela é dar a informação com a maior clareza possível, de modo que a pessoa saia dali completamente esclarecida. Não foi o caso.
É muito triste saber que vivo num país que aprendi a gostar, o país da minha família, que é um país desenvolvido, que tem muita gente amistosa e de mente aberta, mas que infelizmente ainda tem muita gente com mentes tão provincianas, tacanhas e anormais.
Quando é que as pessoas vão deixar de rotular o próximo?
Quando é que deixam de avaliar o outro pelo que ele veste?
Quando é que deixam de avaliar pela nacionalidade, pela cor, pelo sexo, pela opção sexual ou pela cor do cabelo?
A parte boa dessa história da vida real, é que aquela senhora não ouviu o que a criatura da Idade da Pedra disse.